sábado, 10 de novembro de 2012

Criar ou não um blog?

Desde muito venho considerando a ideia de criar um blog.  Mas aí imaginava os milhões de blogs já existentes.. flutuando nesse ciberespaço.. muitos nunca lidos.. Então desistia. Porém, depois de um tempo, reparei na palavra 'talvez' no meu questionamento.. 'Talvez' eu nunca fosse lida, mas 'talvez' eu fosse, certo?  E comecei a pensar no que um blog poderia fazer a mim e a quem o lesse.. Eu externaria o que sentisse, como nos meus diários de adolescente, só que, numa dimensão nunca sonhada pelos meus relatos de papel, deixaria um 'resíduo' de mim em quem, por ventura, o lesse.. E essa pequena possibilidade mexeu comigo..

Meu pai costumava questionar a morte no seguinte sentido: representaria ela 'o fim'?  Ele dizia, 'Fernanda, não acredito que tudo que uma pessoa saiba, tudo que ela tenha aprendido ao longo de sua vida se perca pra sempre com a sua morte. Deve haver uma continuação.  Pense na Vó Nice, por exemplo, será possível que tudo que ela saiba suma no ar quando ela se for?  Não, cara! Isso deve renascer em uma outra pessoa.  É muita coisa pra se perder.' 

Não sei se meu pai tinha razão, mas, se alguém deixasse pelo menos um registro de suas experiências, um rastro, realmente, ela renascendo ou não, um pouco dela ficaria, um resíduo seu.

Isso.. O meu blog pode ser um resíduo meu.. mesmo que flutuante..

E assim, ei-lo aqui. Título roubado de Djavan.. Motivação escamoteada de Drummond.. Mas a melhor das intenções..

Fernanda

4 comentários:

  1. Adorei, Fernanda! Durante a leitura fui me encontrando no então desejo de ter um blog que fez parte de mim quando da criação do meu! Concordo com o seu pai sobre as nossas "partículas" flutuando por aí... fiquei pensando, enquanto lia, se as pessoas que vão ao meu espaço se sentem como eu agora visitando o seu... deixar ideias por aí é um presente para quem as deixa, pois sobra espaço para outras tantas; e para quem as recebe, como um "cisco" que se agrega a tantos outros e tornam a cada um de nós o que somos... parabéns pela iniciativa e vamos juntos nesse imenso espaço cibernético com lugar para todos!!! bjs, Cris

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  2. Fer, adorei sua vinda pro mundo digital via blog :)
    Eu sou um cara que acredita muito no poder que as pessoas tem durante sua vida. Suas relações, concordo com seu pai que quando alguem morre as coisas não se perdem, mas sim se perpetuam nos contatos que foram realizados durante a vida. É aquela receita de bolinho de bacalhau que fica, é aquele poema de um poeta desconhecido que fica na memória, é aquele bom dia ao moço da padaria. Pequenas coisas que ficam e se perpetuam "Nesse ciclo sem fim, que nos guiará..."

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    1. Ô, Two... Que carinho!!! Valeu mesmo!!! Beijo na alma!!!

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