quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Heróis do Dia a Dia


Eu acredito em heróis do dia a dia. E você?

Certa vez, em uma aula, com uns 15 alunos (cada um de uma nacionalidade diferente), a professora colocou esta mesma questão: “Do you believe in everyday heroes?” Eu, prontamente, "Sim!" E logo percebi, totalmente sem graça, que apenas eu pensava assim.  Tentei, então, convencer os outros das minhas razões, mas por fim, dei-me por vencida, ouvindo a professora dizer, “Sorry, Fernanda. You’re alone on this one.”


Bom, acredito nesses heróis.  E talvez, aqui, sem a pressão de 'diferentes culturas me fitando’, e no meu próprio idioma, eu consiga passar melhor o que penso.


Basta um ato heroico, feito uma vez na vida, para que se intitule alguém de herói.  Tudo bem, não tiro o crédito desses heróis, nem desmereço o seu título.  Mesmo que movido pela emoção, é preciso muita coragem e total desprendimento de si mesmo pra se jogar num rio, ou entrar num prédio em chamas, pra salvar, às vezes, um desconhecido.


Mas, também considero heróis outros não tão, digamos, ‘famosos’.  Mães que cuidam do bem estar da família, dia após dia. Sem glórias.  Pais que levantam de madrugada, todo dia, nos seus mais produtivos anos, pra que não falte nada aos filhos. Sem medalhas.  Professores que, anos a fio, se aprimoram e entram na sala de aula sorrindo, e transformam vidas. Sem manchetes de jornal.


Esse compromisso com interesses que não os nossos próprios, durante toda uma vida, é um dos atos mais heroicos: é o heroísmo não somente da constância, como também da excelência.


Sigo acreditando que o mundo é movido exatamente pelos heróis do dia a dia. E vou além: eles se encontram, inclusive, indiretamente ligados aos heróis que vemos em livros, jornais e revistas.  Alguém, por trás de cada episódio heroico, teve um anônimo que lhe ajudou a se tornar o que é, dia a dia.


Porque todo ato grandioso que testemunhamos teve um emaranhado de pequenos atos que o antecederam.  E lá, em sua simplicidade, estão os maiores heróis, na minha concepção.  Como já dissera Manuel Bandeira [cujos versos não pude citar em minha primeira argumentação..(Viva o meu idioma!)]:


Lá, em sua simplicidade..“Lá, fugido ao mundo.. Sem glória, sem fé.. No perau profundo.. E solitário, é.. Que soluças tu.. Transido de frio.. Sapo cururu.. Da beira do rio..”

 
Fernanda

7 comentários:

  1. É... certamente a vida é feita muito mais de herois anônimos do que famosos. Assim como vc, eu acredito em cada um deles. Lindo texto! bjs

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigada, Cristiane!! Que bom que achei alguém que entenda o meu ponto de vista!!

      Excluir
  2. O ímpeto é infinitamente mais fácil do que a constância..

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Do que, exatamente, vc tá falando? Da árdua tarefa de manter um blog? rs... Persista!

      Excluir
  3. Não..rsrsrs Me refiro ainda à temática do que seria um herói.. Se seria apenas aquele que, num ímpeto, faz algo que se revela digno de uma capa de jornal, ou os anônimos aos quais me referi no texto.
    Não tenho grandes ambições com relação ao meu blog, imagina! Acho que o mais quero mesmo é essa troca com o leitor, como, por exemplo, a que estamos tendo agora, e que só por esse canal seria possível =]

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Ah sim!!! Os herois... somos um pouco deles a cada dia...
      Sobre o blog, independente do tamanho e alcance, ele é uma grande possibilidade de colocar para fora as considerações do nosso universo interior... e, certamente, trocar com quem nos lê... fico feliz de ter um blog para visitar que tem o mesmo intuito do meu e uma qualidade literária impecável!Parabéns e não desista! rs

      Excluir